sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Educação patrimonial

Não causa estranheza a indignação dos cidadãos sobre a atual situação econômica, política e social. Precisamos que cada um exerça sua função social estimulando a participação política (não necessariamente partidária) e colaborando no desenvolvimento de um pensamento reflexivo, com ações que estimulem e valorizem o sentimento de pertencimento da comunidade com sua memória. Um exemplo de cidadania é o projeto de educação patrimonial com a preservação dos documentos históricos da mineração de carvão na região carbonífera do baixo Jacuí, parceria entre Ufrgs, IFSul, voluntários e comunidade.

Por: Alexsandro Witkowski

domingo, 22 de novembro de 2009

Mineração de carvão no Brasil começou no Rio Grande do Sul...

Quando manuseamos documentos sobre os anos passados da mineração de carvão no Rio Grande do Sul, tomamos contato com um mundo que é, ao mesmo tempo, muito diferente e muito parecido com o nosso do presente. Em alguns, podemos encontrar referências aos lugares que fazem parte do nosso cotidiano: os acidentes geográficos, os cursos de água, as ruas, os poços, até alguma construção. Em outros, achamos algum sobrenome conhecido ou mesmo um antepassado. Mas, por outro lado, os documentos nos levam a uma viagem a um tempo que não existe mais, no qual as pessoas e as coisas existiam de um jeito diferente do nosso.
Aqueles meninos cujas fotos vemos nas carteiras de trabalho de menor, por exemplo. O que o olhar deles nos diz? Ou as fotos dos mineiros durante o trabalho no subsolo. O que estariam pensando quando a imagem foi congelada? Quem são? Qual foi o seu destino? O que neles é igual e o que é diferente de nós?
Os documentos sobre a mineração nos falam de um tempo no qual a exploração de carvão era uma das atividades econômicas mais importantes não só do Rio Grande do Sul quanto no Brasil e do mundo. Foi aqui, em território gaúcho, nas terras hoje conhecidas como região carbonífera, que se iniciou, em meados do século XIX, a extração e, mais tarde, a exploração industrial do carvão no Brasil. Também foi aqui que se criou uma série de comunidades a partir desta atividade econômica.Basta lembrar que foram construídas casas, ruas, armazéns, cinema, hospital, entre outros. Gente veio da Europa ou de outros estados, alguns deixaram o campo, para se tornarem mineiros.
O carvão retirado de Arroio dos Ratos e de Butiá e transportado via Charqueadas iluminou Porto Alegre durante décadas, assim como a notícia das greves mineiras despertava temores na Capital. Em 1943, quando ocorreu o auge da produção de carvão no estado, uma inspetoria do governo federal contabilizou quase 7 mil trabalhadores mineiros nas minas. A partir dos anos 50, a produção foi se transferindo mais para Charqueadas. Em 1953, o então presidente Getúlio Vargas autorizou a construção da Usina Termoelétrica e, três anos depois, foi inaugurado o Poço Otávio Reis, com 300 metros de profundidade.
Mas além destas datas e destes "fatos históricos", a pergunta é: como os documentos que manuseamos e que estamos ajudando a preservar nos ajudam a descobrir melhor esta história e a vida das milhares de pessoas da região?? Quem tem a resposta??

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Projeto “Uma Luz no Fim do Túnel” tem aula prática no sábado

No próximo sábado (21), o campus
Charqueadas sediará mais um encontro do projeto “Uma Luz no Fim do Túnel”, com aula prática para preservação de documentos históricos. A parceria conta com o apoio da direção-geral do campus Charqueadas e da pró-reitoria de Extensão do IFSul, juntamente com um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O trabalho vem sendo desenvolvido por historiadores de universidades gaúchas e visa salvar da deterioração parte do acervo do antigo Cadem (Consórcio Administrador das Empresas de Mineração), empresa que deu origem à Copelmi. O grupo está promovendo um curso sobre a história da mineração na região e também sobre higienização e restauro de documentos.

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Bem Vindo.

Seja bem vindo ao blog do projeto de ação educativa que visa o salvamento, a higienização e a catalogação preliminar do acervo do CADEM – Consórcio Administrador das Empresas de Mineração – e posterior produção de banco de dados e ferramentas virtuais de divulgação do acervo.

O Consórcio Administrador das Empresas de Mineração, união das empresas Companhia Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo e Companhia Carbonífera Minas do Butiá, controlou a extração de carvão na região desde 1936 até 1964, quando foi extinto. Esta documentação tem valor histórico incalculável, pois trata-se do maior banco de dados já descoberto sobre as minas de carvão do Rio Grande do Sul e um dos maiores do Brasil. Atualmente, o acervo encontra-se em precário estado de conservação, sendo armazenado em um silo na cidade de Butiá.

A proposta justifica-se sobretudo:

a) pela possibilidade de integração de diversas áreas do conhecimento em prol das ações de preservação patrimonial;

b) pela necessidade de preservar, devido ao seu valor histórico, a documentação do CADEM;

c) pela importância de fomentar a consciência preservacionista na comunidade local.